segunda-feira, 14 de abril de 2014

Como e quando abordar a questão da sexualidade com as crianças?

Falar sobre sexo com crianças sempre deve ser tratado com muita naturalidade, bom senso e de forma extremamente transparente e verdadeira.

À medida que os filhos crescem e se desenvolvem, é muito provável e até desejável que comecem a buscar informações sobre suas partes íntimas e sua própria origem, sendo muito natural e usual que uma criança tenha perguntas a fazer sobre este tema em qualquer idade. Falar sobre sexo com filhos é uma ótima oportunidade de compartilhar seus valores e crenças com eles. É evidente que as crianças podem aprender muita coisa sobre o mundo através de amigos, escola, televisão, música, internet, entre outras formas. Porém, parar tratar de assunto de relevada magnitude, nada deve ou deverá substituir a influência dos pais.

Nota-se que várias perguntas feitas pelas crianças podem até causar constrangimento e mesmo vergonha para os pais, mas os filhos devem saber que, a qualquer momento, podem recorrer a esta fonte confiável e honesta para resolver suas dúvidas.

Os pais podem educar seus filhos sobre relações, amor, compromisso e respeito. Se os filhos sentem este mesmo amor e respeito, é muito provável que recorram a suas respostas e conselhos com muita frequência, colaborando de forma inequívoca, com a formação do caráter de seus filhos.

Todos os dias há situações que colaboram para ensinar os filhos sobre sexo e sexualidade. Algumas situações são comuns no dia a dia. A hora do banho mostra-se um momento importante para falar de partes do corpo e partes íntimas. Uma gravidez ou o nascimento de um bebê numa família é um bom momento para falar sobre concepção e sobre como ocorre o nascimento de uma criança. Ver televisão com os filhos também enseja oportunidades para conversar sobre situações que aparecem na tela da TV.

É importante que esta conversação seja guiada pelos filhos, de acordo com o interesse deles. Evitar ser prolixo e explicar de forma breve e objetiva, procurando saber o que eles já sabem a respeito de determinado tema em conversação. Nunca debochar ou rir de qualquer pergunta, mesmo que a pergunta seja cômica. Os pais devem deixar os filhos à vontade para qualquer tipo de pergunta e não devem se mostrar inflexíveis e ou mesmo tratar com extrema seriedade qualquer tema de ordem sexual. Evitar explicações muito detalhadas para crianças pequenas, falando sempre os nomes próprios de cada parte do corpo. Perguntar se estão esclarecidos. Normalmente as crianças de dezoito meses a três anos de idade começam a se interessar por seu próprio corpo. Falar os nomes próprios de cada parte e ensinar sobre partes íntimas, as partes cobertas por um traje de banho.

Entre quatro e cinco anos de idade as crianças iniciam interesse pela sexualidade, tanto a sua como a do sexo oposto. Também é possível que toquem nos genitais, mostrando interesse pelos genitais de outras crianças. As crianças desta fase devem ser orientadas sobre a naturalidade do interesse, não devendo haver tal tipo de curiosidade de forma pública. Também, importante orientar que nenhuma outra pessoa, nem mesmo amigos próximos ou parentes, podem tocar suas partes íntimas. A exceção seria para os próprios pais como para médicos e enfermeiros durante exame físico ou higienização, com permissão de seus pais.

A partir de idade escolar, as crianças de cinco e sete anos de idade interessam-se pelas relações entre pessoas e pelo que ocorre sexualmente entre adultos. As perguntas tornam-se mais complexas à medida que se promove a conexão entre sexualidade e gestação de um bebê. Explicar de forma clara sobre noções de funcionamento de órgãos, citando como exemplo, o crescimento do bebê no útero materno em relação à informação anterior da barriga da mamãe. É importante que as crianças nesta idade aprendam a sexualidade de uma forma saudável, pois isso fomentará princípios significativos para quando sejam maiores.

Entre oito e nove anos de idade as crianças provavelmente não tenham a noção exata do que é correto e incorreto. São capazes de entender que o sexo ocorre entre duas pessoas que se amam. Surgem perguntas sobre romance, amor e casamento. Também surgem curiosidades a respeito de homossexualidade. Estas ocasiões são propícias para falar e conversar de forma aberta sobre ideias da família a respeito deste tema.

À medida que as crianças se aproximam da puberdade elas devem ser informadas e esclarecidas a respeito de partes do corpo relacionadas com o sexo e sua respectiva função, conversar sobre concepção, puberdade e mudanças físicas no corpo. Falar sobre menstruação também para meninos além das meninas, beneficiando a ambos sobre este conhecimento. Informações sobre o ato sexual em si e sobre opções que as pessoas fazem, e podem fazer sobre início da atividade sexual. Outros temas devem ser abordados, como controle de natalidade, infecções de transmissão sexual,  masturbação, homossexualidade, sempre de forma natural e espontânea, recorrendo a um profissional médico pediatra, hebiatra (
é o médico que cuida da saúde dos adolescentes) ou mesmo ginecologista sempre que necessário.

Autor: Maria de Fátima Braz Menezes

https://drive.google.com/open?id=0BzyjX7Mgk5QWQ2pIMTRqdGlxT2M


A Respiração do Bebê


Os bebês que nascem no tempo certo, apresentam nos primeiros meses de vida uma respiração regular, porém interrompida por pequenos períodos de pausa. Este padrão, absolutamente normal, chama-se respiração periódica.

Nos prematuros esta respiração periódica tem uma frequência um pouco maior, com um ritmo mais cíclico e por períodos um pouco mais prolongados – cerca de 5-10 segundos. Estes intervalos são seguidos por um aumento do ritmo, quando a frequência respiratória chega a 50-60 movimentos por minuto. Tudo isto, raramente está associado com alterações do ritmo cardíaco.

Estes episódios geralmente cessam ou diminuem bastante por volta das 35 semanas de idade gestacional e não tem nenhuma consequência futura.

O que se observa é uma respiração que varia de rápida e profunda para uma respiração mais vagarosa e superficial. Deve-se entender que isto é absolutamente normal e muda para um padrão mais regular no decorrer dos meses.

As dúvidas que os pais possuem sobre a respiração e costumam levantar-se à noite para checar se o bebê está respirando, inclusive várias vezes, é considerada absolutamente normal.

Com o tempo e a certeza de que tudo está indo bem, os pais passarão a fazer um menor número
de visitas durante a noite no berço do bebê.

Autor: Maria de Fátima Braz Menezes





quinta-feira, 10 de abril de 2014

Prevenção da Obesidade na Infância

Nas fases iniciais da infância os Pediatras pesam e medem as crianças com a finalidade de analisar os padrões de crescimento e compará-los com as tabelas de referência. Isto permite dentre outras coisas verificar se a nutrição está adequada.

Nas últimas décadas também tem servido para se observar os excessos. Nunca é cedo demais para se iniciar a prevenção. A ingestão demasiada de energia (calorias) e proteínas nas fases iniciais da infância, principalmente nas primeiras semanas de vida, são fatores que podem impulsionar um crescimento exagerado.

Este crescimento vai levar a um aumento de peso em fases mais tardias da infância. Estudos têm mostrado que o excesso de peso entre o nascimento e os dois anos de idade são de grande valor para predizer a obesidade na adolescência. Além disso, este fato também acarreta maior probabilidade de hipertensão arterial na idade adulta, bem como alterações do colesterol, diabetes e asma.

Para evitar estas intercorrências os Pediatras têm orientado os cuidadores quanto aos benefícios e efeitos de proteção da amamentação. É importante que se conscientize a todos de que os substitutos do leite materno sejam adequados, em caso de necessidade, utilizando-se fórmulas infantis próprias à idade. Dentre estas fórmulas, as mais adequadas são aquelas com teores mais baixos de proteína, assemelhando-se às concentrações encontradas no leite materno.

Quando consideramos a prevenção e o tratamento da obesidade nas crianças, a restrição energética da dieta, o aumento da atividade física e a diminuição do comportamento sedentário não devem comprometer o crescimento e o desenvolvimento. Por estas razões a manutenção do peso deve ser o principal objetivo, mais do que exigir a sua redução. Avaliações sucessivas e frequentes sem se dar extrema importância à perda de peso são medidas apropriadas.

A origem da obesidade baseia-se num desequilíbrio do balanço energético. Nas crianças o crescimento só é possível se o aporte de energia é positivo. A sobra exagerada de energia vai ser depositada sob a forma de gordura.

Em todo o mundo tem ocorrido um rápido aumento da prevalência da obesidade, principalmente devido a alterações comportamentais e do meio em que a criança vive relacionada à dieta e à inatividade. O importante aumento da obesidade tem coincidido com as mudanças de como as crianças gastam seu tempo, resultando na diminuição da atividade física e de aumento no comportamento sedentário. Isto está associado ao maior tempo gasto assistindo televisão, jogando videogames, surfando na internet e usando celulares. Este fato é decorrente de alteração no contexto político e social, com perda de espaços para recreação, falta de locais seguros para caminhar ou passear de bicicleta, uso alimentos industrializados de alto teor energético e pela falta de promoção da saúde.

O modo de ajudar as crianças a manter um peso saudável seria estimular os pais e familiares ou cuidadores a:

Garantir que as crianças tenham refeições regulares, inclusive com um bom café da manhã, de preferência com a companhia de adultos e sem distrações, como assistir televisão.

Dar atenção à criança, estimulando a comer sozinha ao invés de dar a comida.

Separar as refeições de outras atividades.
Ensinar a comer quando tiver fome.
Evitar classificar os alimentos como “bons” ou “ruins”.
Não comprar alimentos considerados inadequados.
Conferir os alimentos oferecidos na creche ou escola.

Por estes motivos têm-se considerado como muito importantes as intervenções nutricionais nos primeiros 1000 dias de vida (desde a concepção até os dois anos de idade), sendo este considerado um período de oportunidades de se prevenir a obesidade e suas consequências na idade adulta.


Autor: Maria de Fátima Braz Menezes


https://drive.google.com/open?id=0BzyjX7Mgk5QWTnNqTm12SUtzSDQ
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...