segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Os primeiros 1000 dias de vida duram para sempre

Muitas mães estão começando a entender melhor a nutrição e sua importância na saúde da sua família. Isso vem acompanhado de muitas dúvidas e algumas vezes de alguns mal entendidos. Nem tudo que é recomendado para adultos pode ser trazido para a realidade da criança. A criança passa por diversas fases no seu desenvolvimento e cada uma tem uma necessidade especial. Um erro muito frequente é tentar aumentar o consumo de proteína para os bebês. Os bebês que mamam têm sua oferta controlada pelo organismo materno e as mães não precisam se preocupar com isso, a natureza vai alterando a quantidade de proteína do leite para cada fase da vida.

O colostro tem uma composição diferente do leite e o leite do prematuro é diferente do leite do bebê que nasce no tempo correto.

Já os bebês que tomam fórmula ou já iniciaram a alimentação complementar devem ter uma atenção redobrada de suas famílias para a quantidade e a qualidade da proteína oferecida na dieta. Proteínas em excesso podem levar ao aumento rápido de peso e que pode estar associada a obesidade futura. A falta de algum aminoácido ou até uma quantidade total de proteína abaixo do necessário vão induzir erros no metabolismo e desnutrição.

Parece difícil? Dieta balanceada é mais simples que os modismos que aparecem a todo o momento. A dieta tem que ser variada e sem excessos em todas as idades. A ansiedade das famílias em querer que a criança cresça e inicie a alimentação complementar também pode prejudicar a nutrição.

Uma nutrição balanceada nos primeiros mil dias de vida, período que vai do inicio da gestação até o final do segundo ano, pode modificar até a genética do bebê. Pode proteger durante toda uma vida e cria hábitos saudáveis. Parece ficção científica? Mas é realidade!

Ofereça os nutrientes certos, na quantidade certa e os genes vão se comportar diferente. Eles vão continuar os mesmos, isso ainda não dá para mudar, mas o seu comportamento é alterado de forma permanente quando são expostos aos nutrientes corretos!

Não se culpe se não teve estas informações no período certo. A nutrição tem avançado muito a cada dia, todo dia surgem novidades. O importante é ter em mente que uma dieta balanceada sempre vai estar certa, em qualquer idade. Tente melhorar o hábito de toda a família hoje, não deixe para amanhã. Procure ajuda do pediatra e do nutricionista.

Autor: Maria de Fátima Braz Menezes

https://drive.google.com/open?id=0BzyjX7Mgk5QWb08zMFpobFRvaWM
 

A arte de contar histórias para crianças com dicas práticas

Contar histórias é sem dúvida uma das formas de comunicação mais antigas que existem. Apesar do avanço das tecnologias, contar histórias continua sendo uma das formas mais eficientes de promover à aprendizagem, a reflexão, a descoberta e também de conectar as pessoas.

Especialistas garantem que essa arte pode se iniciar durante a gestação, pois além de acalmar a gestante, o feto já é capaz de ouvir e perceber pela audição (que já está apta a partir do quinto mês de vida intra uterina) a entonação da mãe, a cadência das palavras e o ritmo que ela fala.

Através dos sons das palavras, circuitos neurais são construídos. Hoje sabemos que a aprendizagem começa antes mesmo de nascermos.

Cada faixa etária necessita de estratégias para captar a atenção e motivar a criança em participar da história. Seguem algumas dicas:

A história exige concentração, portanto procure um lugar acolhedor e silencioso para que a criança possa estar voltada ao que você for apresentar. Desligue o celular e dedique este tempo exclusivo para seu filho. Observe também os melhores horários para contar história para seu filho. Depois do jantar, no final da tarde, na hora de dormir...teste e observe quais os momentos melhores para a contação de histórias.

Com bebês até 8 meses, utilize livros resistentes, livros de banho e procure criar um texto de acordo com as figuras que aparecem no livro. Ex: Olhe o gatinho. Ele está na caixa. Vamos fazer carinho no gatinho? O gatinho faz: MIAU. Cante canções dos personagens que aparecem também. Ex: Borboletinha está na cozinha (canção folclórica) quando aparecer uma borboletinha

A partir dos 8 meses, a criança provavelmente já senta sem apoio, já está refinando sua coordenação e ,suas emoções também estão mais evidentes. Livros com texturas são muito interessantes nesta idade, porém os textos devem ser bem curtinhos, com objetos e fatos que pertençam ao cotidiano da criança. Animais estão entre os temas prediletos. Retrate o ambiente sonoro da cena. Você pode imitar os sons dos personagens, cantar uma música que represente a cena, representar cada personagem através de um instrumento musical, enfim, use sua criatividade! De forma gradual, através destas atividades, serão estabelecidas as conexões cerebrais que relacionam as palavras com o objeto, desenvolvendo a imaginação, memória, além de introduzi-lo no convívio social. A criança nesta fase, ainda não entende a muito bem a estrutura de seqüência. Procure dar ênfase na leitura das imagens, porém contando a história de forma sucinta com começo, meio e fim.

A partir dos 2 anos, as histórias continuam curtas, porém podemos dar mais ênfase a sequencia dos fatos, pois nesta faixa etária, as crianças começam a demonstrar mais concentração. Utilize figuras grandes com textos pequenos e traga histórias que trabalhem situações que a criança possa estar vivenciando (o desfralde, por exemplo). Converse com ele durante a história e pergunte o que ele acha que vai acontecer. Faça algumas pausas.

Capriche na expressão facial. Criança adora surpresa e suspense.

A partir dos 3 anos e até um pouco antes disso, a criança já apresenta o interesse pelas brincadeiras de faz-de–conta e demonstra a capacidade de representar coisas ou situações não presentes. A criança naturalmente começa a imitar ações rotineiras, depois ações de pessoas próximas, e através destas brincadeiras, os pequenos expõem seus sentimentos, frustrações e vontades. É interessante notar como a evolução das histórias, da brincadeira e da linguagem caminham juntas. Uma auxilia no desenvolvimento da outra.

As famílias podem trazer bonecos, objetos, elementos diversos para dramatizar histórias como a “Linda Rosa Juvenil”, por exemplo. Depois, a criança pode dramatizar com os fantoches para os adultos. Dramatizando, a criança se expressa com a linguagem verbal, gestual e facial, tornando a atividade mais complexa e desafiadora, além de iniciar a aprendizagem de normas sociais, pois é necessário esperar sua vez para interagir conforme a história vai acontecendo. Enfim, existem muitas possibilidades para estimular o desenvolvimento de seu filho de uma forma divertida. É necessário, porém, disposição, muita pesquisa, paciência e organização para o preparo das atividades.

A partir desta fase, é importante também que o adulto compartilhe com a criança, fatos que vivenciou compartilhar experiências e deixar que a criança também conte suas próprias histórias. Ouvir ativamente, respeitando o tempo do outro, cria laços afetivos profundos. Nossa história também é uma narrativa e é muito importante este dialogo entre pais e filhos. Relate suas experiências com o objetivo de estabelecer vínculos pessoais. Conte-a com afeto e coloque seu coração nela. Conte uma história em vez de apenas descrever fatos. Dessa forma, você poderá transmitir seu ponto de vista de uma forma muito mais impactante para a criança.

Conforme a criança for crescendo procure incentivá-la a contar e ler histórias pra você e diversifique os temas dos livros, deixe que ela escolha também (de acordo com sua orientação) para que ela possa ampliar seu vocabulário e no futuro tenha maior compreensão para o entendimento nas diversas áreas de conhecimento. Ensine-a também a cuidar do livro e tratá-lo com respeito.

Outros recursos importantes:

Quanto menor é a criança, mais importantes são os recursos visuais, sejam fantoches, dedoches, bichinhos de pelúcia, etc. A criança bem pequena, ainda está construindo seu repertório de imagens. Por serem concretos, estes objetos promovem uma maior interação da criança com a história proposta.

Caixas surpresas com os objetos que aparecem na história são muito interessantes e criam momentos de suspense e mais emoção à história, contribuindo também para que a criança memorize a sequência dos fatos da narrativa.

Conte histórias que você goste que te faça se sentir confortável e entusiasmado. Escolha narrativas na qual você se identifique de alguma forma.

Não se esqueça da expressão gestual. Já dizia o famoso historiador e antropólogo Luis da Câmara Cascudo: “Com as mãos amarradas não há criatura vivente para contar uma história”. Seja expressivo tanto nos gestos, quanto na sua expressão vocal ao contar histórias para as crianças. Tente imaginar a situação, como é a vida e o sentimento deste personagem e dramatize, para que a criança se envolva, possa entender e a narrativa faça ainda mais sentido. Os benefícios para a criança que tem o privilégio de ter pais contadores de histórias são muitos. Momentos de afetividade, desenvolvimento na inteligência emocional e cognitiva da criança, ampliação de vocabulário e imaginação, etc. Histórias ficam na memória e quando mexem com nossa emoção (seja positiva ou negativa), jamais são esquecidas.

Que tal transformar a partir de hoje o momento da história, em uma rotina na sua família? Assim, seu filho associará o prazer da sua companhia ao prazer de ler e ouvir histórias e certamente aumentará seu interesse pelos livros e pela leitura também, o que é maravilhoso, pois quanto mais lemos, mais recebemos conhecimento. Certamente, fortes laços familiares serão criados e fortalecidos em meio a um ambiente de afeto, deixando memórias positivas e preciosas entre vocês. O universo é feito de histórias. Conte uma boa história!!!

 Autor: Maria de Fátima Braz Menezes

https://drive.google.com/open?id=0BzyjX7Mgk5QWSGNldE9MZDAxdTQ



Mil dias de oportunidades


Antes mesmo de pensar em uma boa educação ou em dar estímulos adequados para cada fase da criança, os pais devem estar atentos ao período que começa na concepção, passa por toda a gestação (270 dias), avança pelo primeiro ano da criança e termina após 2 anos de vida completos (730 dias), os primeiros mil dias de oportunidades. Certamente um olhar cuidadoso durante esse período é o primeiro e mais importante presente que os pais podem dar para o futuro dos seus filhos.

Nesta fase, a criança está em acelerado desenvolvimento físico, no qual os ossos estão se alongando, os músculos se fortalecendo e o cérebro ganhando volume. O peso triplica do nascimento até 1 ano de idade e as crianças crescem cerca de 2 centímetros por mês durante este período.

Nos primeiros mil dias, o desenvolvimento cognitivo também ganha destaque. O cérebro triplica de tamanho no término do segundo ano de vida e cerca de 80% da capacidade cognitiva do adulto já está desenvolvida.

Os bebês nascem com um sistema imunitário incapaz de protegê-los e, com a ajuda do leite materno, o intestino é povoado por bactérias benéficas ao longo dos 2 primeiros anos até a formação de uma microbiota intestinal equilibrada, capaz de inibir a entrada de vírus e bactérias nocivas para o corpo.

A programação metabólica

A alimentação da mãe durante a gravidez e da criança do nascimento até o final do segundo ano de vida exerce influência direta na saúde do bebê até a vida adulta. Conhecida como programação metabólica, a exposição a uma alimentação inadequada nos primeiros mil dias aumenta o risco de desenvolver alergias e ganhar peso excessivamente, e, como consequência, aumenta as chances de desenvolver doenças relacionadas com a obesidade como diabetes, hipertensão e aterosclerose.

Um exemplo da influência da nutrição no início da vida e seu impacto para a idade adulta é o papel protetor da amamentação na prevenção do ganho de peso excessivo. Bebês amamentados e não expostos ao consumo exagerado de proteínas no primeiro ano de vida tem 25% menos chance de serem obesos mais tarde. O leite materno é um alimento perfeitamente equilibrado para o bebê, com conteúdo protéico ideal para sua necessidade.

As premissas de uma nutrição adequada nos primeiros mil dias incluem:

Dieta materna equilibrada na gravidez;
Aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses de vida;
Introdução alimentar repleta de frutas, verduras e legumes e quantidade adequada de proteínas, carboidratos e gorduras, acompanhada de aleitamento materno até os 2 anos de vida ou mais.

Cuidados simples e de fácil execução que, feitos com atenção e carinho, podem influenciar a saúde das crianças para o resto da vida.


Autor: Maria de Fátima Braz Menezes


https://drive.google.com/open?id=0BzyjX7Mgk5QWYVhmWVZyMDJfSTQ

Micronutrientes e suas funções





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