terça-feira, 10 de junho de 2014

Quando pode-se dizer que a dor é do crescimento?

Dor do crescimento são dores em ambas as pernas das crianças, em geral em panturrilhas e coxas e que ocorrem habitualmente no final do dia ou à noite podendo acordar a criança pela dor. Apesar de preocupantes, estas dores não são associadas a doenças e possuem características benignas.

Apesar do nome de “dor do crescimento”, não existe nenhuma associação entre esta dor nas pernas com o crescimento. Recebeu este nome porque quando foi descrita pela primeira vez, o autor acreditava que possuía esta relação. Na verdade, até o momento, não sabemos quais as verdadeiras causas desta dor. Várias hipóteses foram levantadas, mas nenhuma delas foi confirmada. Sabemos que ocorrem na infância, habitualmente limitada até os 12 a 14 anos, e que podem persistir mesmo após a fase de crescimento. E, principalmente, é benigno, o que quer dizer que não é causado por nenhuma doença grave e não levará a nenhuma sequela grave.

Estas dores são caracterizadas por iniciarem entre 3 a 12 anos de vida, habitualmente alguém na família (pai, mãe, tios, etc) também já sofriam das mesmas dores. Elas ocorrem em episódios, isto é, nem todas as noites e podem variar de pequenas sensações de peso até dores intensas. Estas dores não possuem uma localização definida, assim, frequentemente, a criança não consegue apontar o local da dor e somente queixa-se de “dor na perna”. Alguns trabalhos sugerem que estas dores são mais frequentes em dias de maior atividade da criança, dias frios e que podem exacerbar por fatores psicológicos.

O diagnóstico é clínico, isto é, ao examinar o paciente. Não existe nenhum exame laboratorial ou de imagem que irá definir as dores de crescimento. Na verdade, esta é uma das características da dor do crescimento onde não se encontra nenhuma alteração física ou laboratorial. Estas dores aliviam ao realizar “massagens” nestas pernas e, algumas vezes, com analgésicos comuns como paracetamol. O mais importante é que não se observam alterações nas pernas e na manhã seguinte não existem mais dores e não atrapalham as atividades diárias destas crianças. Apesar de evolução benigna e não ter sinais de doenças, os pais devem estar cientes que esta dor é real, isto é, não é “psicológica” e que a criança precisa de assistência. Mas, os pais devem ficar atentos em algumas características que podem sugerir que exista alguma doença mais grave. Os sinais de gravidade são:

1- A dor persiste no dia seguinte e atrapalha as atividades diárias da criança;
2- Febre;
3- Vermelhidão ou inchaço nas pernas ou articulações;
4- Dores nas articulações (joelhos, tornozelos);
5- Associado a algum trauma.
6- Perda de peso ou “mal estar”.

Nestas situações, os pais devem levar suas crianças ao pediatra. Na verdade, a consulta ao pediatra deve ocorrer mesmo se os pais tiverem dúvidas se está tudo bem.


Autor: Maria de Fátima Braz Menezes

https://drive.google.com/open?id=0BzyjX7Mgk5QWX3B4UlQzUi1zZWc

O que é alergia ao leite e o que deve ser feito?

A alergia ao leite de vaca (APLV) é uma reação alérgica às proteínas presentes no leite de vaca ou em seus derivados.

Não é um doença rara, e atinge cerca 5 a 10% da população de bebês com menos de 3 anos de idade. Isso ocorre, porque quando os bebês nascem, seu intestino ainda está imaturo (amadurece por volta dos 6 meses) e a ingestão dessas proteínas pode iniciar um processo de inflamação no aparelho digestivo provocando vários sintomas.

A boa notícia é que ao fim do primeiro ano, 50% das crianças não apresentam mais alergia, 75% aos dois anos e próximo a 90% com 3 anos de idade. Agora, as crianças que ficam alérgicas após os três anos de idade, têm a tendência de ficar alérgica por mais tempo.

Quais são os sintomas mais comuns?


 
O diagnóstico da alergia ao leite de vaca, ou melhor, da alergia a proteína do leite de vaca (APLV) é feito primeiramente por meio da observação dos sintomas, que é aquilo que o bebê vem apresentando.  Alguns exames podem auxiliar, porém a única maneira de saber se a criança tem ou não alergia ao leite de vaca é fazer uma dieta de exclusão do leite de vaca e seus derivados por um período mínimo de 4 semanas.

Um bebê alérgico à proteína do leite de vaca e que está em aleitamento materno exclusivo também pode apresentar sintomas de alergia caso a mãe se alimente de leite de vaca e seus derivados.

Como isto acontece? A proteína alergênica passa para o leite materno e chega até o bebê causando alergia. Basta a mamãe evitar esse tipo de alimentação que a alergia do bebê passará.

Para bebês que não estão com leite materno a substituição do leite de vaca pode ser feita com fórmula de hidrolisado proteico ou, a partir do sexto mês de vida, com fórmula de soja.

Preste atenção: Somente o médico – pediatra, está capacitado para diagnosticar a alergia ao leite de vaca.

O pediatra após o diagnóstico, poderá prescrever a dieta correta para que o bebê não tenha problemas de desenvolvimento e crescimento por falta de nutrientes, isso é muito importante.


Autor: Maria de Fátima Braz Menezes


https://drive.google.com/open?id=0BzyjX7Mgk5QWQVZCdXZFREQ0cGM

Dermatites da infância

Dermatite é um termo utilizado para descrever vários tipos de inflamação da pele, com características e etiologias diversas.

Na infância podem surgir diversos tipos de inflamações cutâneas, porém duas são muito frequentes além de terem diagnósticos diferenças entre si: dermatite atópica e dermatite seborreica.

Dermatite atópica:é uma inflamação crônica da pele caracterizada por xerose cutânea (pele seca), prurido e lesões com localizações variadas de acordo com a faixa etária.

Crianças com história familiar de atopia são mais predispostas a desenvolver a doença e sua presença na infância está relacionada com uma maior chance de desenvolver rinite e asma, caracterizando o que chamamos de marcha atópica. Pode acometer em média 15% das crianças, sendo que cerca de 50 % dos casos se iniciam no primeiro ano de vida.

A dermatite atópica é resultante da interação de fatores genéticos e ambientais, que resultarão no comprometimento da função da barreira cutânea e do sistema imunológico. Também pode estar relacionada a alérgenos como alimentos e ácaros, estando a alergia alimentar presente em até 30 % dos casos de lactentes com a forma grave da doença. Entre os principais alimentos estão o leite de vaca, clara de ovo, trigo, soja e amendoim. o fator emocional e presença de infecções de pele também podem agravar o quadro.

Em geral, até 60% das crianças têm melhora ou desaparecimento total das lesões até a adolescência.

O diagnóstico é clínico, através do exame físico e pela presença de historia familiar e /ou pessoal de atopia.

O tratamento consiste em hidratação intensa e diária da pele, anti-histamínicos orais, uso de corticoides e imunomoduladores tópicos, probióticos (ainda não é um consenso) além da exclusão dos alérgenos relacionados e de fatores que possam piorar a integridade da pele. Nos quadros de dermatite atópica grave e de difícil controle podemos lançar mão de tratamentos como fototerapia e o uso de corticoides e imunossupressores sistêmicos. Porém esses devem ser usados com muito critério e por especialistas experientes.

O acompanhamento do estado emocional é fundamental, pois esses pacientes podem apresentar maior tendência a distúrbios de comportamento, dificuldade de socialização e de aprendizado.

Dermatite seborreica: é uma doença de etiologia ainda não bem definida, com manifestações clínicas distintas nos lactentes, com maior incidência até 4 meses de vida. Teorias apontam que um aumento nas atividades das glândulas sebáceas resultante da ação de hormônios maternos, fatores nutricionais e/ou a presença do fungo malassesza furfur na pele desses pacientes podem estar relacionados ao seu surgimento.

A dermatite seborreica apresenta lesões eritêmatos-descamativas, com escamas esbranquiçadas ou amareladas, com eritema variável e em geral sem prurido. Localizadas principalmente no couro cabeludo (conhecida como crosta láctea), sobrancelhas, região retro auricular, região central da face e em alguns casos axilas, pescoço e região de fraldas. É uma doença geralmente autolimitada, durando de semanas a meses, não apresentando recidiva em até 85% dos casos.

O tratamento consiste em higienização adequada das regiões afetadas além de mantê-las sempre bem arejadas pois a umidade e o calor levam à piora das lesões a utilização de óleos infantis ou vaselina para o amolecimento das escamas para posteriormente tentar removê-las delicadamente com uma escova macia. Esses procedimentos são na maioria dos casos suficientes para a resolução da dermatite seborreica, porém em alguns casos é necessário também o uso de xampu de cetoconazol e/ou cremes de hidrocortisona.

 
Autor: Maria de Fátima Braz Menezes

https://drive.google.com/open?id=0BzyjX7Mgk5QWU0lINFJXZW56Zm8

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